1829 - Seu pai casa com Adelaide Ramos
de Almeida, que cria Gonçalves Dias como seu filho. Ele é afastado da mãe
biológica, só voltando a vê-la aos 15 anos de idade.
1835 - Estuda latim e francês no curso
do professor Ricardo Leão Sabino, que convence o pai de Gonçalves Dias a
mandá-lo para Coimbra estudar.
1837 - O pai de Gonçalves Dias morre e
seus amigos oferecem para custear seus estudos em Portugal. Entre eles está
Gonçalo da Silva Porto, irmão de Domingos Silva Porto, futuro marido de Ana
Amélia.
1837 - O pai junto com Gonçalves Dias
parte para São Luís, onde o pai morre em 13 de junho. Gonçalves Dias escreve o
poema “Saudades”, expressando sua dor pela perda do pai.
1838 - Gonçalves Dias parte para
Coimbra com seu correspondente Bernardo de Castro e Silva. Em outubro de 1839,
ele quase abandona os estudos por falta de recursos, mas é ajudado pelos
amigos, entre eles Teófilo Braga, que conheceu em Portugal.
1841 - Chega a Coimbra notícias da
aclamação de D. Pedro II como imperador do Brasil. Os estudantes brasileiros em
Coimbra fazem uma comemoração e Gonçalves Dias declama um poema que fez para
Dom Pedro II.
1843 - Escreve “Canção do Exílio”, um
dos seus poemas mais famosos. Tinha ele 20 anos. Segundo Henrique Leal, “Canção
do Exílio” figurava no início no corpo de um romance que Gonçalves Dias
escreveu em Portugal, [Chamado Memórias de Agapito Goiaba], e que o destruiu em
1854, atirando ao fogo os 3 volumes de manuscrito” (p. 176-177). O poema
“Canção do Exilio” inspirou Osório Duque Estrada a compor a letra do Hino
Nacional. “Nossos bosques têm mais vida” / “Nossa vida” no teu seio, “mais
amores” são escritos entre aspas na letra do Hino.
1844 - Vende seus livros para viajar de
Coimbra para Lisboa para ver seu amigo Teófilo que estava de partida para o Brasil.
1845 - Regressa ao Brasil e trabalha
como advogado em Caxias.
1846 - "Seus olhos" e
"leviana" foram inspirados em Ana Amélia.
1846 - A convite de Teófilo vai para
São Luís e depois parte para o Rio de Janeiro. Dedica-se aos estudos do alemão.
Alexandre Herculano faz elogios ao Gonçalves Dias.
1846 - A convite de Teófilo vai para
São Luís e depois parte para o Rio de Janeiro. Dedica-se aos estudos do alemão.
Alexandre Herculano faz elogios ao Gonçalves Dias.
1846 - Gonçalves Dias volta ao Brasil e
vai para São Luís a convite de Teófilo Leal, amigo e futuro cunhado de Ana
Amélia. Ele fica hospedado na casa de Teófilo por seis meses e se apaixona por
Ana Amélia, que tem 15 anos. OBS: Teófilo (Alexandre Teófilo de Carvalho Leal)
era cunhado de Ana Amélia (amor de Gonçalves Dias – Casa 234). A rua também já
se chamou Rua Gonçalves Dias em 1865.
1847 - Começa a dar aulas de latim no
Liceu de Niterói. Nesse período escreve “Os Timbiras” e “Leonor de Mendonça”.
1847 - Gonçalves Dias viaja para
Portugal novamente e namora outras mulheres, como a filha da dona de uma pensão
e Eulália, por quem escreve os poemas “Inocência” e “Saudade”.
1848 - Publica “Primeiros Cantos”, sua
primeira coletânea de poemas.
1849 - Publica “Segundos Cantos” e
“Sextilhas de Frei Antão”, uma resposta às críticas que recebeu pela obra
“Beatriz Cenci”, um drama que ele escreveu e depois destruiu.
1851 - Gonçalves Dias envia uma carta à
mãe de Ana Amélia, que foi para Alcântara com as filhas, pedindo a mão de Ana
Amélia em casamento. Ele recebe uma resposta negativa em uma carta de quatro
linhas quando está em Recife em janeiro de 1852. (A versão da família de Ana
Amélia sobre a recusa do casamento dela com Gonçalves Dias, relacionada à
tuberculose do poeta).
1851 - Publica “Últimos Cantos” e vai
para o Amazonas por intermédio do ministro do Império, Visconde de Monte
Alegre. Lá ele estuda as línguas indígenas e a cultura dos povos nativos.
1852 - Ana Amélia propõe a Gonçalves
Dias que fujam juntos, mas ele não aceita, temendo decepcionar a família do
amigo Teófilo. Ele pede a Ana Amélia que o esqueça. Em setembro, ele se casa com
Olímpia Coriolana da Costa no Rio de Janeiro. O casamento não dura muito. Ana
Amélia se casa com Domingos Silva Porto, um mestiço de origem humilde nascido
no interior. Domingos era filho de escravos e nasceu em 1813. Ele era amigo de
Gonçalves Dias e irmão do juiz Gonçalo da Silva Porto. Ele morava na rua da
Estrela e foi juiz de paz, subdelegado de polícia, tenente coronel e tesoureiro
de teatro em São Luís. A família de Ana Amélia era contra o namoro dos dois e
ele a tirou da casa dos pais para morar com ele na rua da Estrela.
1852 - Retorna ao Rio de Janeiro e publica
“Cantos”, uma edição revista e ampliada dos seus três livros anteriores.
Conhece Olímpia da Costa, filha do cônsul português no Rio de Janeiro, com quem
se casar depois. Ela era ciumenta e brigava com as escravas por conta de
Gonçalves Dias.
1853 - Ana Amélia e Domingos são
padrinhos de um batismo na Santa Casa de Misericórdia. A filha de Ana Amélia
recebe o nome da avó, Lourença.
1854 - Casa-se com Olímpia da Costa,
filha do cônsul português no Rio de Janeiro. Diz-se que casou tuberculosa, e
assim, Gonçalves Dias ao descobrir decide afastar-se.
1854 - Nesse ano ele também publica
“Dicionário da Língua Tupi”.
1854 - Nasce sua única filha, Joana da
Costa Gonçalves Dias (20/09/1854, Paris, França – 24/08/1856, Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro).
1854 - Viaja pela a Europa. Em Lisboa,
encontra-se com Ana Amélia Ferreira Vale, sua antiga paixão, e escreve “Ainda
uma vez - Adeus”. Sua esposa Olímpia engravida e nasce uma filha doente, em
Paris. Gonçalves Dias manda-a de volta ao Rio de Janeiro junto com o sogro, e a
menina morre meses depois. Olímpia e Gonçalves Dias nunca mais se juntam.
Gonçalves Dias viaja por outros países: Bélgica, Suíça, Alemanha, Itália e
volta a Lisboa. Publica na Alemanha seus livros: “Dicionário da Língua Tupi” e
“Lendas e Narrativas”.
1855 (15 de maio) - Gonçalves Dias
escreve a Teófilo após saber da fuga de Ana Amélia e expressa preocupação e
simpatia por ela e seu casamento com Domingos Porto. Menciona o desejo de
ajudá-la financeiramente se tivesse recursos. Jornais "O Progresso" e
"Estandarte" expuseram o escândalo envolvendo a fuga de Ana Amélia e
Domingos Porto, condenando o presidente Eduardo Olímpio Machado.
1859 - Ainda na Alemanha é nomeado
chefe da secção etnográfica da Comissão Científica que estuda as riquezas
naturais do Norte do Brasil. Publica “I-Juca-Pirama”, um dos seus poemas épicos
mais conhecidos.
1859 - Publica “I-Juca-Pirama”, um dos
seus poemas épicos mais conhecidos. Neste poema encontra-se a famosa frase “Meninos, eu vi!”.
1860 - Carta de Gonçalves Dias a José
de Alencar – 27/06/1860 – pêsames pela morte do pai do poeta Alencar. José de
Alencar solicitou ao poeta maranhense um poema ao seu pai, o senador José Martiniano
de Alencar.
1861 - Manaus — 25 de junho - "Como
és tú?" foi escrito em Manaus.
1861 - O poema "Se te amo, não
sei!" é escrito.
1861 - O poema escrito para Ana Amélia
em Manaus foi de maio a junho de 1861.
1861 - Retorna ao Brasil e viaja pelo
Amazonas, estudando as línguas e os costumes dos índios. Escreve “Meditação”,
um poema sobre a morte.
1861 (17 de junho) - O poema "No
Jardim" é escrito em Manaus.
1861 (30 de maio) - O poema "Oh!
Que acordar!" é escrito em Manaus.
1861 (maio a junho) - Gonçalves Dias
escreve um poema para Ana Amélia em Manaus.
1861/1862 – Expedição: Ao chegar ao
Amazonas, Gonçalves Dias tinha 38 anos. Na expedição ao Rio Negro, Gonçalves
Dias recebeu uma galinha de presente em troca de penas e tinta. Mencionou a
lenda de Jurupari durante a viagem. Teve um termômetro roubado durante a
expedição. Viajou com Canavarro e Coelho, e um Canavarro fugiu levando uma
canoa que havia comprado por 5$. Teófilo emprestou o escravo Fileno a Gonçalves
Dias para a viagem.
1861?? - A famosa foto de Ana Amélia
mostra-a segurando o livro "Os Cantos" de Gonçalves Dias, editado em
Leipzig em 1857.
1862 - Gonçalves Dias encontra
acidentalmente com Ana Amélia em Lisboa, Portugal, e escreve o poema “Ainda uma
vez - Adeus” - provavelmente seu último encontro com ela. Há relatos que esse
poema e o poema “Se se morre de amor” foram escritos em Recife.
1862 - Paris 23 de agosto - Indo do Rio de Janeiro
para o Maranhão, Gonçalves atraca em Pernambuco e é convencido a ir tratar-se na
Europa. Vai como único passageiro em um brigue francês “Grand Condé” e no meio
do cominho um tripulante morre e é jogado ao mar. Ao Atracar em Marselha, em 14
de julho após quase 2 meses de viagem, Gonçalves Dias após 7 dias de quarentena
vaia para a cidade e recebe os jornais e noticiava sua morte. Inclusive com 3 dias
de luto oficial. Ele envia carta aos amigos informando que não escreve do Além-Túmulo.
“Vi nos jornais que eu tinha morrido, li as minhas necrologias! Estou morto!
Não há dúvida mais certa. Atiraram-me às ondas. O oceano é o único túmulo digno
de um poeta, que não foi muito d'água doce”. Em busca de tratamento vai para Lisboa,
regressa a Paris, Bruxelas, Dresden e Munique (Alemanha) e volta a Paris.
Desiste de buscar a cura e regressa para morrer no Maranhão.
1862 - Separa-se da esposa e viaja para
a Europa, onde passa dois anos tratando da sua saúde debilitada pela
tuberculose.
1862 - Separa-se da esposa e viaja para
a Europa, onde passa dois anos tratando da sua saúde debilitada pela
tuberculose. Em busca de tratamento vai para Lisboa, regressa a Paris,
Bruxelas, Dresden, Munique e volta a Paris. Desiste de buscar a cura e regressa
para morrer no Maranhão.
1862/1863? - Gonçalves Dias foi
tradutor de “A Noiva de Messina”, uma obra do alemão Friedrich Schiller, e
começou a tradução no Ceará e terminou em Lisboa em 1863.
1864 (10 de setembro) - Embarca no
navio Ville de Boulogne rumo ao Maranhão.
1864 (3 de maio) - Gonçalves Dias
escreve o poema cômico "Posseidon" (O poema "Posseidon" é
uma obra cômica escrita por Gonçalves Dias. Nele, o autor descreve uma cena na
qual ele estava sentado em uma praia lendo os cantos da Odisseia e outros
poemas antigos. Enquanto lia, sentia-se envolvido pela atmosfera dos Deuses e
da Grécia Antiga, acompanhando as desventuras do filho de Laerte, Ulisses, na
sua jornada de retorno à pátria. No poema, Gonçalves Dias expressa sua empatia
pelo sofrimento de Ulisses e sua busca para retornar à sua terra natal. Ele
demonstra um apreço pelos clássicos, identificando-se com o personagem
mitológico de Ulisses, que enfrenta desafios e tentações durante sua viagem de
volta para casa. O tom humorístico surge quando o próprio deus Posseidon,
Senhor dos Mares, aparece e tranquiliza o poeta, dizendo que não tem intenção
de prejudicá-lo, já que Gonçalves Dias nunca fez nada contra ele ou sua
família. Posseidon menciona que o poeta nunca subiu em suas torres, não
arrancou os cílios de seu filho Polyfemo e não interferiu com Pallas Athene
(Atena), Deusa da Prudência. A cena final mostra as divindades marítimas,
Amphitrite e as filhas de Nereo, rindo das "chufas", ou brincadeiras,
do marujo, indicando o tom leve e bem-humorado do poema). Poseidon é o deus dos
mares na mitologia grega.
1864 (3 de novembro) - Gonçalves Dias é
o único tripulante que falece em um naufrágio do navio Ville de Boulogne,
próximo à região do baixio dos Atins, na baía de Cumã, município de Guimarães.
Tinha 41 anos.
1864 (9 de agosto) - Domingos morre aos
51 anos no mesmo ano de Gonçalves Dias em 9 de agosto. Gonçalves Dias morre aos
41 anos em 3 de novembro.
1865 - Ana Amélia fica viúva aos 37
anos e volta ao Maranhão com a filha em 7 de setembro.
1865?? - Ana Amélia se casa com Godinho
e tem outra filha, Eugênia. Depois fica viúva mais uma vez. Ela dá aula de
piano na rua da Estrela nº 53.
1873 - No Largo dos Remédios ou Largo dos Amores, foi inaugurada em
1873, o monumento de Conclaves Dias. Sua pedra
fundamental lançada em 10 de agosto de 1872, tendo sido inaugurado
em 07 de setembro de 1873. “No centro, um
tronco de palmeira de mármore tem no cimo a estátua de um homem. É, Gonçalves
Dias. No pedestal, os medalhões de Odorico Mendes, João Lisboa, Gomes
de Souza, Sotero dos Reis. A poesia, o pensamento, a sciencia, a grammatica”. (Aranha,
1931, p. 101). O trabalho é do escultor português Pedro
Carlos Quadro dos Reis, feito em Lisboa, nas oficinas de Germano José Sales.
Além desta o esculto também fez a estátua de Bocage, em Setúbal. Inaugurada
em 21 de dezembro de 1871.
1889 - A Bandeira Brasileira foi
projetada pelo filósofo e matemático Raimundo Teixeira Mendes. Ele era filho de
Inês Leal Vale (Irmã de Ana Amélia - grande amor de Gonçalves Dias).
1893 - Em uma passagem do livro
“Demônios”, de Aluísio Azevedo, há um relato de um amigo de Aluísio, o Sr.
Cunha, sobre a estátua de Gonçalves Dias. Na volta de um sitio nos arredores de
São Luís, passando pelo trapiche inacabado da Rampa Campos Melo, o mesmo aponta
o braço para a estátua do poeta caxiense. “Para o luxo de encarapitar aquele
grande boneco no tope daquele imenso canudo de mármore houve dinheiro! E
dinheiro grosso! Todo povo do Maranhão concorreu! Ao passo que para concluir o
trapiche de Campos Melo, que é uma necessidade reclamada todos os dias pelo
comércio, não apareceu ainda quem se mexesse! Súcia de doidos!” (ver no livro
Demônios p. 246 - https://digital.bbm.usp.br/bitstream/bbm/4845/1/002291_COMPLETO.pdf.
1893 - Machado de Assis, em 1893, se
impressionou com a presença de Gonçalves Dias na redação do Diário do Rio, menciona
suas sensações da adolescência ao ouvir a "Canção do Exílio".
1904 - Nos três dias de homenagem a
Gonçalves Dias pelos 40 anos de sua morte, Antônio Lobo recita o poema “Ainda
uma vez - Adeus” no Teatro Arthur Azevedo, e Ana Amélia está no teatro e chora.
Tinha então 73 anos.
1905 - Ana Amélia falece em 26 de
março. Dizia ser ela a mulher que foi "amada pelo maior poeta do
Brasil".
Fontes:
BARROS
NETO, Eziquio. In: Os amores de Ana Amélia: parte I. Blog Eziquio, arquitetura, urbanismo, história. 9
fev. 2017.
ARANHA, Graça. O meu próprio romance. Rio de Janeiro:
Companhia Editora Nacional, 1931. 174p.
VIEIRA FILHO,
Domingos. Breve história das ruas e praças de São Luís
. São Luís: 1971.
BARROS
NETO, Eziquio. In: Os amores de Ana Amélia: parte II. Blog Eziquio, arquitetura, urbanismo, história. 14
fev. 2017.
DIAS, Antônio
Gonçalves. Diário da viagem ao Rio Negro. Transcrição de Lúcia Miguel
Pereira. Introdução de Josué Montello. Rio de Janeiro: ABL, 1997. (Coleção
Afrânio Peixoto da Academia Brasileira de Letras, v. 30).
MEIRELES, Mário M. Gonçalves Dias
e Ana Amélia.
São Luís: [s.n], 1964. (2. Edição comemorativa do I Centenário de morte de
Gonçalves Dias).
LEAL, ANTONIO
HENRIQUES. Antonio Gonçalves Dias. In: LEAL, Antonio Henriques. Pantheon maranhense: ensaios biographicos
dos maranhenses illustres já falecidos. Lisboa: Impr. Nacional, 1873. v. 3.
MONTELLO, Josué. Gonçalves Dias: ensaio
biobibliográfico. São Luís: Edições AML, 2019. 238 p. ISBN 978-85-8566-032-8.
(Coleção Biblioteca Escolar)
Jornal
Pacotilha de 27 out. 1904 - edição 156.
Jornal
Pacotilha de 5 nov. 1904 - edição 263
DIAS, A. Gonçalves. Viagem
pelo rio Amazonas: Cartas do Mundus Alter. Brasília, DF: Senado Federal,
Conselho Editorial, 2011. 156 p. (Edições do Senado Federal; v. 151). https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/573989/000970220_Viagem_Rio_Amazonas.pdf
CORRESPONDÊNCIA ativa
de Antônio Gonçalves Dias. ANAIS DA BIBLIOTECA NACIONAL VOL. 84, 1964 - https://memoria.bn.br/pdf/402630/per402630_1964_00084.pdf
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