quarta-feira, 3 de abril de 2024

120 funcionários da Biblioteca Nacional foram demitidos às vésperas da Semana Santa

Correspondem a empreiteiros de todas as áreas da instituição, com destaque para o Museu do Livro e da Língua, o setor audiovisual e o ciclo Coliseu de Poesia; Uma carta de apoio circulou nesta semana com cerca de 19 mil assinaturas.

Ontem à noite, 120 funcionários da Biblioteca Nacional Mariano Moreno (BNMM) receberam e-mails informando que seus contratos não seriam renovados a partir de 1º de abril. O BNMM, dirigido pela bibliotecária Susana Soto, reporta-se diretamente ao Ministério do Capital Humano, chefiado por Sandra Pettovello. Nessa pasta foram cerca de 3600 demitidos às vésperas da Semana Santa. "Nos sentimos absolutamente desprezados", disse uma das fontes a este jornal. "Um susto total para o emprego público", resumiu outro.

Os trabalhadores demitidos tinham contratos de renovação anual, que vencem em 31 de março. Segundo informações da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), a medida afeta todas as áreas da instituição, mas especialmente o Museu do Livro e da Linguagem (ainda sem diretor designado), o setor de produção audiovisual e o ciclo Coliseu de Poesia, dirigido pelo escritor Guillermo Saavedra. "É a segunda vez que sou demitido", disse Saavedra ao La Nacion. Entrei em 2014 e fui expulso em 2016; Voltei em 2020 e fui expulso ontem."

Até ontem, 915 pessoas trabalhavam na instituição (com três filiais no país, uma Escola Nacional de Bibliotecários e centros especializados em diversas disciplinas, entre outras áreas).

Hoje, a Biblioteca Nacional ATE emitiu o comunicado "A Biblioteca Nacional se respeita. Não há aqui muitos trabalhadores", onde denunciam o "ajustamento brutal" do Governo, a "estigmatização violenta" da administração libertária à área da Cultura e a atuação de Soto, a quem responsabilizam pelo envio dos emails de despedimento "no cumprimento entusiástico das diretivas da ministra Sandra Pettovello".

"Aqueles de nós que trabalham e vivem com um salário não são culpados pela incapacidade histórica de funcionários e governos de planejar o Estado", diz o comunicado. "Há muito que lutamos por uma Biblioteca cada vez mais ativa e profissional, em que tanto a sua biblioteca como as políticas culturais e tudo o que faz o serviço público, a sua administração e manutenção estejam no auge dos seus duzentos anos de existência", continua. Após o feriado prolongado, quando a instituição reabre as portas na quarta-feira, 3 de abril, será realizada uma assembleia no BNMM, com a presença dos demitidos, para definir um plano de ação.

Há poucos dias, uma carta pública em defesa do BNMM e contra o "ataque" do governo nacional à "cultura, ciência e educação", assinada por intelectuais, escritores, artistas, pesquisadores, professores e estudantes, reuniu mais de 19 mil assinaturas. Entre outros, Beatriz Sarlo, Maristella Svampa, María Rosa Lojo, Daniel Divinsky, Felipe Pigna, Eugenia Cabral, Cecilia Roth, Guillermo Martínez, Dolores Reyes e Horacio Altuna, entre muitos outros, aderiram à reivindicação.

FonteGIGENA, Daniel. 120 funcionários da Biblioteca Nacional foram demitidos às vésperas da Semana Santa. La Nacion28 mar. 2024. Disponível em: https://www.lanacion.com.ar/cultura/desvincularon-a-120-empleados-de-la-biblioteca-nacional-en-las-visperas-de-semana-santa-nid28032024/ 

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