domingo, 17 de março de 2024

Dados de proibição de livros


Um recente relatório divulgado pelo Escritório de Liberdade Intelectual da Associação de Bibliotecas Americanas (ALA) lança luz sobre uma tendência preocupante nos Estados Unidos: o aumento nas tentativas de censura direcionadas a livros. De acordo com o relatório, os desafios a títulos únicos dispararam 65% em 2023 em comparação com o ano anterior, marcando o maior nível de censura já documentado pela ALA.

Os dados são alarmantes. Em 2023, impressionantes 4.240 títulos de livros únicos foram alvo de censura, superando os números combinados dos dois anos anteriores. Além disso, houve 1.247 demandas para censurar livros, materiais e recursos de biblioteca. Esse aumento nas tentativas de censura revela várias tendências perturbadoras que exigem nossa atenção e ação.

Uma das tendências mais notáveis é o aumento do foco em bibliotecas públicas por parte de grupos de pressão. Em 2023, o número de títulos alvo de censura em bibliotecas públicas aumentou em 92% em comparação com o ano anterior. Essa mudança sinaliza um ataque mais amplo à liberdade intelectual dentro de nossas comunidades, já que as bibliotecas públicas servem como centros vitais de acesso à informação e conhecimento para pessoas de todos os tipos.

Além disso, o relatório destaca o fenômeno preocupante de grupos e indivíduos exigindo a censura de vários títulos simultaneamente, muitas vezes direcionando dezenas ou até centenas de livros de uma vez. Essa tática de censura em massa é uma ameaça direta à diversidade de pensamento e expressão, sufocando as vozes dos autores e marginalizando comunidades inteiras.

Possivelmente o mais preocupante é a revelação de que títulos que representam as vozes e experiências vividas de indivíduos LGBTQIA+ e BIPOC representaram 47% dos alvos em tentativas de censura. Esta estatística sublinha o impacto desproporcional da censura sobre comunidades marginalizadas e destaca a necessidade urgente de defender seu direito à expressão e representação.

O relatório também identifica 17 estados onde ocorreram tentativas de censurar mais de 100 títulos, indicando um esforço generalizado e coordenado para restringir o acesso à informação e ideias. Essas tentativas de censura minam os princípios fundamentais da liberdade intelectual e da sociedade democrática.

Diante dessa tendência alarmante, é imperativo que nos posicionemos contra a censura em todas as suas formas. Como defensores da liberdade intelectual, devemos defender o direito das pessoas de acessar perspectivas diversas, mesmo aquelas que possam ser controversas ou desafiadoras. As bibliotecas desempenham um papel crucial na promoção da liberdade intelectual e no fomento a uma cidadania informada e engajada. Devemos apoiar seus esforços para resistir à censura e defender os princípios da livre expressão e do acesso aberto à informação.

Em última análise, o aumento nas tentativas de censura documentadas pela ALA é um lembrete contundente da batalha contínua para proteger a liberdade intelectual e defender o direito de ler livremente. É um chamado à ação para indivíduos, comunidades e formuladores de políticas se levantarem contra a censura e protegerem nossos valores mais preciosos de democracia e liberdade.

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