domingo, 12 de abril de 2020

A peste - Camus. Trechos


“Se você quiser filosofar, escreva romances” (Albert Camus)

O absurdo é universal.
 (“É tão válido representar um modo de aprisionamento por outro,
quanto representar qualquer coisa que de fato existe por alguma coisa que não existe.”) Daniel Defoe (Tradução de Albert Camus)

O calor úmido dessa primavera nos fazia desejar os ardores do verão. Na cidade, construída em caracol sobre um planalto, quase fechada para o mar, reinava um morno torpor. No meio dos seus longos muros caiados, entre as ruas de vitrines poeirentas, nos bondes de um amarelo sujo, as pessoas sentiam-se um pouco prisioneiras do céu. Só o velho doente de Rieux dominava a asma para se regozijar com esse tempo. p. 20

nunca alguém será livre enquanto houver flagelos. p. 24

O médico lembrava-se da peste de Constantinopla, que, segundo Procópio, tinha feito dez mil vítimas em um só dia. Dez mil mortos
são cinco vezes o público de um grande cinema. p. 24

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...