segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Umberto Eco: "O excesso de informação provoca amnésia"

O escritor italiano diz que a internet é perigosa para o ignorante e útil para o sábio porque ela não filtra o conhecimento e congestiona a memória do usuário
LUÍS ANTÔNIO GIRON, DE MILÃO

PROFESSOR
O pensador e romancista italiano Umberto Eco completa 80 anos nesta semana. Ele está escrevendo sua autobiografia intelectual
(Foto: Eric Fougere/VIP Images/Corbis)


O escritor e semiólogo Umberto Eco vive com sua mulher em um apartamento duplo no segundo e terceiro andar de um prédio antigo, de frente para o palácio Sforzesco, o mais vistoso ponto turístico de Milão. É como se Alice Munro morasse defronte à Canadian Tower em Toronto, Hakuri Murakami instalasse sua casa no sopé do monte Fuji, ou então Paulo Coelho mantivesse uma mansão na Urca, à sombra do Pão de Açúcar. "Acordo todo dia com a Renascença", diz Eco, referindo-se à enorme fortificação do século XV. O castelo deve

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Gonçalves Dias – o martir




O imortal cantor dos Timbiras, o ineigne libertador da literatura patria foi um martir.
Ainda nnai balbuciava as primeiras palavras, qando sentiu a primeira dor.
Seu “Pae”, procurando escapar às perseguições que naquele tempo lhe moviam em Caxias, partiu para a Europa, abandonando-o.
Ao voltar poucos anos depois, cazou-se com outra mulher. Viu-se, entao, o pequenino separado daquela que lhe dera o ser, ficando num triste berço, entregue aos cuidados de maos estrenhas, sem o beijo dos mais doces labios, sem o calor do mais santo colo – o colo e os labios da mae.
É certamente desse berço sem caricias que ele diz mais tarde:
“... Antes meu berço
Que vajidos do infante vivedouro
Os sons finaes de um morinbunbdo ouvisse”.

Criança, entrando a praticar na loja de seu pai,era ai, ,maltratado pelo dezapiedado caixeiro que, á força de palmatoria, o queria fazer compreender os complicados calculos do balcão.
Aos quatorze anos apenas, sogreu a grande desgraça de morrer-lhe o pai. E ele que já havia enveredado pelo caminho das letras, veria perdida todas as suas esperanças, se não fora a alma boa e generoza de sua madrasta que o mandou estudar em Coimbra.
Lá, vivendo despreocupadamente, sentindo apenas as saudades da
“... Terra que o sol calido vigora
E em frouxa languidez estende os nervos...”, achou-se inesperadamente a braços com a mizeria devido à suspensão da mezada que lhe mandava a madrasta.
Em pleno florescer da mocidade, enamorou-se de uma “formosa filha de Modengo”, e ele e ela, impulsionados pelo mesmo sentimento, com o ardor proprio da carne nessa bela quadra de vida, ele e ela se amoram apaixonadamente. E desta vez, a sorte ainda foi adversa ao poeta: pobre, sem recursos pecuniarios, não pode despozar a sua “doce imajem” que tinha o suspiro.
“Mais saudoso que as auras encantadas”.
Quando foi para obter o pergaminho de bacharel, vio se obrigado, pela falta de dinheiro, empenhar a sua mimoza biblioteca que não poude mais rehaver.
Quis o poeta vizitar a formosa Caxias, abraçar a sua querida mae, rever os lugares onde passara a infancia.
Chegado á terra que tanto amava, em vez de receber manifestações carinhosas, teve filho bastardo, que sofrer os apodos e preconceitos de uma sociedade ignara.
Desprezado pro aqueles que o deviam acariciar, parte para o Rio de Janeiro em busca de meio mais civilizado.
Ai dobrou o martirio do poeta: alem das dores moraes que continuamente sofria, começou a depauparar-se o seu organismo.
Em um desses momentos em que, de uma só vez, lhe deram alanceados corpo e alma escreveu:
“Meu Deus, Senhor meu Deus, o que há no mundo
Que não seja sofrer?
O homem nasce e vive num só instante,
E sofre até morrer!”

E, em verdade, a vida do poeta na patria, no estranjeiro por onde andou varias vezes, foi toda ella, do berço ao tumulo, uma cadeia de dores!
Ainda nos ultios instantes da vida, no naufragio da barca em que viajava enfraquecido pelo seu sofrimento fisico que o tolhia de procurar a salvacao, desprezado pelos de bordo, o mar, pouco a pouco, asfixiando-o, alem da agonia da morte, sofria outra dor, a mais cruel, mais punjente, mais lancenante, a dor de morrer bem perto da terra querida sem poder ouvir o canto do sabiá nos leques da palmeira!
Permite, pois, ó poeta, tu, “Que foste grande na dor como na lira”, que eu deponha, aqui, o meu modesto, mas sincero preito de hoiemnagem.

Mata Roma.
Do Instrituto Gomes de Souza
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...